sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

 

  

Análise das alterações no Guia ICH Q9 QRM - jan 2023


   (1) Mudanças no item INTRODUÇÃO

    O Que foi removido??

 Alguns trechos de textos foram retirados, mas comento apenas estes dois a seguir.

 Nem sempre é necessário ou apropriado usar um processo formal de gerenciamento de riscos (ou seja, usar ferramentas de análise consagradas ou procedimentos internos, isto é, procedimentos de operação padrão). O uso de processos informais de gerenciamento, com ferramentas empíricas ou procedimentos internos, também são considerados aceitáveis.”

Nota: Essa parte do texto foi removida, pois existe agora um Novo capítulo para o tema “Formalidade”.

Os documentos orientativos da FDA, inclusive este, não estabelecem obrigações mandatórias legais. Ao invés disso, descrevem a corrente de pensamento em relação a um assunto, devendo ser vistos como recomendação, com exceção dos requisitos regulatórios específicos que sejam mencionados. O uso da palavra orientativo pela FDA significa sugestão ou recomendação, mas não obrigação.

Nota: Essa parte do texto foi removida pois não faz mais sentido. 

O que foi incluído??

Itens técnicos foram incluídos. Como por exemplo, estes destaques em vermelho:

No desenvolvimento, fabricação e distribuição: uso da análise de causa raiz que pode identificar e abordar a(s) causa(s) raiz(es) e outros fatores causais (por exemplo, relacionados ao ser humano) de tais problemas. 

Na fase de desenvolvimento e como parte da validação, o GRQ faz parte da construção do conhecimento e compreensão de cenários de risco, desencadear reavaliações e estimular melhorias contínuas.

empresa em lidar com riscos potenciais

evitar problemas, e

pode afetar beneficamente a extensão e o nível de supervisão regulatória direta. 

A aplicação da digitalização e das tecnologias emergentes na fabricação e controle de produtos farmacêuticos pode levar à redução de riscos, quando tais tecnologias estiverem aptas para a utilização pretendida...                                                                                                 

Uma compreensão da formalidade no gerenciamento de riscos da qualidade pode levar a que os recursos sejam utilizados de forma mais eficiente.

Questões de menor risco: meios menos formais, liberando recursos para a gestão de questões de maior risco e problemas mais complexos que exigem mais rigor e  esforço.

ATENÇÃO:

O gerenciamento do risco da qualidade não deve ser utilizado tomadas decisões que justifiquem práticas consideradas inaceitáveis conforme Normas Regulatórias.

 (2)            Mudanças no item 5. Metodologia de Gestão de Riscos

No item 5. Foram incluídos 3 subitens:

5.1.Formalidade no GRQ,   5.2. Tomada de Decisão baseada em Risco e 5.3. Gerenciando e Minimizando a Subjetividade.





Resumindo: Mais complexidade e potencial de risco maior, mais formalidade deve ser aplicada. Menos complexidade e menor potencial de risco, menos formalidade.

 

5.2. Tomada de Decisão baseada em Risco

A tomada de decisão baseada no risco é inerente a todas as atividades de GRQ, portanto, saber qual o nível de esforço, formalidade e documentação que deve ser aplicada durante o  processo de GRQ é fundamental.

Toda a tomada de decisão depende do uso do conhecimento, para tanto, orientações em relação à gestão do conhecimento devem ser consultadas (ICH Q10).

 Abordagens para a tomada de decisões baseadas no risco

Os diferentes processos de tomada de decisão baseadas em risco estão relacionados com o nível de formalidade. Assim, níveis elevados de formalidade podem exigir níveis mais elevados de estrutura em relação à  tomada de decisões baseadas no risco.

Processos altamente estruturados podem envolver uma análise formal das opções quando o nível de incerteza e/ou complexidade é alto. Já os processos de tomada de decisão menos estruturados exigem abordagens mais simples.


A Subjetividade não pode ser eliminada, mas pode ser controlada e reduzida. Porém, sempre haverá um grau de subjetividade. Importante conhecer profundamente o processo.

 (3)           Mudanças no item 6. Integração do Gerenciamento do Risco da Qualidade na indústria e operações  regulatórias

Houve inclusão do item 6.1, que trata de questões relacionadas à escassez do produto decorrentes de não conformidades e que podem ser mitigadas com base no uso de ferramentas de GRQ.

GRQ deve ser utilizado para reduzir e até, de certo modo, prever problemas de desabastecimento quando são controlados os terceiros, as instalações e equipamentos e a variabilidade no estado de controle, reduzindo e eliminando as não conformidades.


(4)             Mudanças no ANEXO II. Potenciais Aplicações para o Gerenciamento dos Riscos da  Qualidade

 

No Anexo II foi inserido o item 9. Gerenciamento de Risco da Qualidade como parte do Controle da Cadeia de Suprimentos.


(5)             Conclusões

 

Essas alterações são bastante importantes, principalmente a primeira delas, a  que trata da formalidade no GRQ, pois ela foi inserida para dar mais clareza ao uso do Guia. Nem sempre o tratamento de riscos irá requerer a totalidade dos passos do processo de gerenciamento de riscos da qualidade, como avaliação, controle, revisão e comunicação de riscos, bem como equipe multifuncional e um facilitador expert do processo. Por essa razão, a  Formalidade deve ser considerada através do balanço custo x benefícios. A Subjetividade, quando controlada, pode ser tratada junto com a Formalidade, pois colabora para diminuir aspectos subjetivos do GRQ.

 

Segundo ponto: escassez ou indisponibilidade do produto. O GRQ pode e deve ser usado como limitador da Disponibilidade, eliminando riscos que podem reter produtos devido a não conformidades ocorridas nos processos, instalações e equipamentos.

 

Terceiro ponto: controle do ciclo de vida do produto na cadeia de suprimentos, desde aquisição de matérias primas, passando pela fabricação, equipamentos e instalações, até os fornecedores. Problemas na cadeia de suprimentos decorrentes de não conformidades e desvios de qualidade podem ser minimizados pela utilização do gerenciamento de risco.

Por último, é interessante notar o estímulo do ICH para uso de tecnologias inovadoras!

                                                             

                                                Jair Calixto

 ESPECIALISTA EM BPF

Celular: 11-94229-1088   www.bpfarma.com.br


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